terça-feira, 12 de agosto de 2008

EXPEDIÇÃO JALAPÃO 2008

DIÁRIO DE BORDO

EXPEDIÇÃO JALAPÃO – SAÍDA 12/07/2008 – CHEGADA 23/07/2008.

INTEGRANTES:
HILUX – João / Márcia / Edu / Marcelo Chiode
TRACKER – Prego / Sandra
TROLLER - Possato / Terezinha
VITARA PAPALÉGUAS – Tropeço / Silvana / Léo / Desirre


Em outubro de 2007 o João comentou com os amigos da Estilo 4x4 que faria esta viagem em 2008, a partir daí algumas pessoas se mostraram interessadas em nos acompanhar e fomos discutindo e arranjando as coisas até que chegou o grande dia.

Em 12/07/2008 partimos do Posto Frango Assado na Bandeirantes.
05:38 – saímos do Posto na Bandeirantes –SP
18:15 – Chegamos em Brasília -DF

Rodamos 935 km em 11:30hs, estradas MT boas, só entrando em MG que sentimos bem a diferença, no mais foi bem tranqüilo apesar da velocidade controlada o tempo todo por radares.

Chegando a Brasília fizemos um tour para conhecer os prédios públicos. Os prédios são lindos, mas, por sabermos da vergonha que são nossos políticos nem nos animamos, fizemos algumas fotos e fomos abastecer e jantar.

Saímos de Brasília e fomos dormir em Formosa no Hotel Planalto, preço bom, acomodações simples mas MT boas e bom café da manhã também, vale indicar. (R$ 25,00 por pessoa com café da manhã)

13/07/08

8:28 – Saímos do Hotel – Formosa – GO
17:00 – Chegamos em Dianópolis – TO

A Rodovia pra chegar em LEM é um retão e passa pelo meio de plantações, algodão nesta época é o forte, a paisagem branca some no horizonte, lindo, uma planície coberta por algodão
Chegamos a Dianópolis ao entardecer, vimos dois hotéis pelo caminho e escolhemos ficar no Hotel Mosaico, boas acomodações e bom café da manhã, R$ 67,00 o casal, não tinha acomodações iguais para todos, tivemos que decidir como separar.
Este é um problema, não há vagas iguais suficiente para grupos grandes o que pode causar descontentamento entre os integrantes do grupo.
De Formosa até Dianópolis rodamos 616 km em 9:30hs, estradas boas também, porém com trafego de caminhões e pista simples, além de mais demora em abastecimentos e lanches/pipis. Neste percurso o Troller do Possato deu uma engasgada numa das paradas e não queria pegar, acreditamos ser algo com o alarme, depois que liga um abraço, seguimos viagem sem problemas.

14/07/2008
10:31 – saímos de Dianópolis, fizemos compras mercado etc kkkk
10:56 – chegamos em Rio da Conceição – TO
19:05 – chegamos em Natividade - TO

Começamos os caminhos por estradas de terra, num determinado ponto em Rio da Conceição uma surpresa, a ponte sumiu, a Terezinha lembrou: - Se o Lalá tivesse aqui ele tinha caído nesse rio, o Lalá é louco! Kkkkkkk, como amamos esse nosso amigo maluco.

Pegamos outro caminho e seguimos até a Cachoeira da Fumaça, a achamos “xoxa”, brincamos um pouco e seguimos a estrada, chegamos ao Rio Soninho, água maravilhosa, tinha um pessoal da Tia Augusta kkk fazendo acampamento com ônibus, barracas e tudo mais, pessoal de Brasília, visitaram todos os pontos da região “de ônibus”, uma senhora nos informou que a queda da Cachoeira da Fumaça ficava mais dentro do mato e não onde havíamos passado, não há nenhuma placa ou informação deste detalhe. Seguimos um pouco mais adiante na estrada e encontramos umas quedas maravilhosas da Cachoeira do Soninho, visual maravilhoso.
Retornamos até a Cachoeira da Fumaça e aí sim, vista panorâmica, linda, maravilhosa, aproveitamos e fizemos nosso primeiro almoço às margens da Cachoeira da Fumaça.
Saímos às 16:46hs rumo à Natividade. Chegamos por volta das 19:00hs, cidade escura, com 3 hotéis e dois deles precários, ficamos no melhorzinho, Hotel Serra Geral, acomodações simples, café fraquinho, tinha uma bisnaguinha que devia estar fazendo níver de tão dura que era kkkk, pagamos R$ 71,00 por quarto, isso depois de todos os homens do grupo chorarem muito pra tiazinha baixar os preços kkk.
A cidade não traz nenhuma atração, existe a Ruína da Igreja da Matriz, construção do século XVIII e só, quero dizer o que tem de demais lá é o vento, venta forte o tempo todo, não vale a pena ser visitada.

15/07/2008
08:50 – saímos do hotel
10:04 – saímos da Ruína – Natividade – TO
16:00 – chegamos em Ponte Alta – TO

Saímos de Natividade sentido Pedra Furada, rodamos muito em meio à vegetação seca, muitas queimadas, estrada já com um grau mais alto de dificuldade, em alguns pontos a areia segura o carro, mas nada que forçasse muito, neste trecho já sentimos o clima do sertão, sol forte, nenhuma sombra, a vegetação é baixa e pobre, retorcida, não tem pra onde fugir, rodamos acho que uns 60 km até chegar na Pedra Furada, elá está lá, imponente no meio do nada, e? Será que é “só” isso? Kkkk, um calor do cão, mutucas por todo lado, não tem um riozinho, só vento, e dá-lhe mutuca kkkk. Pelo lado de traz da pedra sai uma arara voando, estava brava, acho que se assustou com nossa bagunça e saiu do ninho, voou pra longe e voltou gritando, concordamos em seguir viagem assim daríamos sossego pra coitadinha. Voltamos 60 km kkkk pegamos a estrada e chegamos em Ponte Alta mortos de fome, encontramos um restaurante e aguardamos até que fizessem um pouco mais de comida para nos servir. Almoçamos, pegamos orientações de passeios, ficamos olhando os meninos pularem de um trampolim da Ponte dentro do Rio que é fundo pra caramba e descansando sentados na calçada do restaurante, eita dia doido, saímos de Natividade que não é legal, visitamos a Pedra Furada que o nome cai muito bem, passeio furado kkkk e chegamos em Ponte Alta que também não tem nada.
Dormimos no Hotel Beira Rio, acomodações simples, café da manhã melhor que em Natividade, café, leite, pão com margarina e “bolos típicos da região”, tava baaaaão (R$ 20,00 por pessoa).
Rodamos 186 km neste dia.

16/07/2008
09:25 – saímos do hotel
10:00 – Gruta do Sussuapara
- Cachoeira do Lajeado
- Lagoa Azul
- Cachoeira da Velha
16:00- Prainha da Cachoeira

Saindo do hotel fizemos compras no mercado, abastecemos, compramos alguns artesanatos de capim dourado e seguimos para a primeira atração, Gruta do Sussuapara, é um cânion, descemos por um caminho até seu interior, tem um riozinho de água correndo no fundo e muita água escorrendo pelas raízes expostas que caem do alto em suas laterais, é um lugar muito bonito, fresquinho, gostoso, passando pela estrada nem dá para acreditar que ele existe ali tão pertinho. Ficamos um tempo e seguimos para a Cachoeira do Lajeado, linda também, as placas de pedras vão formando degraus por onde descemos até sua piscina, água “gelada” e límpida como todas as outras. Nadamos, brincamos, ficamos roxos de frio kkk e voltamos, até pensamos em fazer o almoço ali, mas só em pensar em desmontar todos os carros, resolvemos que seria melhor seguir logo o caminho para desmontar uma vez só.
Seguindo para a Cachoeira da Velha, no caminho vimos uma placa indicando a Lagoa Azul, fomos conferir e também não vale à pena, é uma lagoa simples que fica nas propriedades de um padre que mal aparece lá, moradores pretendem formar um pesqueiro neste local para atrair mais turistas e render algum trocado.
Chegando na Cachoeira da Velha estacionamos os carros e descemos até ela por um pontilhão em zigue-zague, debaixo de um sol de lascar, fomos caminhando. Não se pode chegar até ela, temos que admirá-la de um mirante, suas águas são maravilhosas, límpidas, e com uma força magnífica, várias quedas, o vapor da água batendo em nossos rostos é divino, muito linda. Seguindo por um caminho a pé de 1km ou voltando com os carros por uma estrada chegamos na prainha da cachoeira (Rio Novo), também temos que estacionar os carros, descer uma “enorme” escada de madeira com três lances em degraus e chegamos num paraíso, haviam campistas neste local.
O lugar é divino, apesar do sufoco de subir e descer escadas vale a pena. Descemos um mundaréu de coisas kkkk, armamos as barracas, acendemos fogueiras, fizemos “janta” e admiramos o lindo luar do sertão (noite de lua cheia), papeamos um pouco à beira da fogueira e luz da lua e fizemos nosso primeiro pernoite na barraca.
Aquela história de muito calor de dia e muito frio à noite só percebi neste local, de madrugada precisei pegar mais cobertor, pois entrava um ventinho pela barraca que não nos deixava dormir, mas não achei nada tão diferente aqui de Sampa, tudo bem que moro às margens da represa Guarapiranga, meu clima é diferente da maioria de vcs.

17/07/2008
Acordamos com um lindo dia de sol, fizemos um big café da manhã, muito melhor que o dos últimos hotéis e ficamos à beira d’água papeando, brincando e aproveitando aquele momento único em meio à natureza maravilhosa, de vez em quando batendo nas mutucas que em nenhum momento nos abandonam, elas não entendem que usamos repelentes, que tomamos complexo B, o coitado do Marcelo já estava manchando as camisetas de suor amarelo por causa do complexo B e as mutucas nem ai, fizeram a festa nele. Kkkk
Brigando com borrachudos, mutucas e pólvoras, kkkk, fizemos nosso almoço e levantamos acampamento, ai que tristeza levar toda aquela tralha morro acima, kkkk.
Saímos por volta das 14:30hs sentido Mateiros.
No caminho encontramos a Duna do Jalapão, já fim de tarde, o sol se pondo e a lua nascendo, tem que pagar taxa de R$ 5,00 por pessoa, um rapaz abre a porteira e entramos por uma estradinha de areia alta, só 4x4 passa, João e Tropeço foram à frente, Possato e Prego atrás, num determinado ponto encontramos uma L200 enroscada e veio o aviso pelo rádio que o Prego também entalou, o Possato ficou para ajudá-lo e nós fomos ajudar a L200, nem eles nem a outra camionete que os acompanhavam tinha cinta, anilha, corda ou qualquer outro objeto que os tirasse de lá. Empurra, chacoalha e nada, o jeito foi pegar a cinta, pronto um puxãozinho e liberou do enrosco. O Prego ainda estava entalado, oferecemos ajuda pelo rádio, mas o Possato resolveu o problema sozinho, aí corrida contra o sol, chegamos na duna já anoitecendo, tudo bem que a lua estava “escandalosa”, mas para captar imagens com a câmera precisa de mais luz e o tempo foi curto, quase não registramos nada, mas o visual é fantástico, lindo, mas menos do que esperávamos, a Duna é “pequena”, ao fundo a Serra do Espírito Santo vai se desmanchando e fazendo nascer aquela montanha de areia grossa vermelha, ficamos como crianças num play ground, correndo daqui pra lá tentando aproveitar o máximo aquele momento maravilhoso.

Chegamos em Mateiros e surpresa, as pousadas (são bastante) estavam lotadas.
Saímos pelas ruas procurando opções e encontramos a Vereda Tropical da Dona Bibi, local simples, mas bastante acolhedor, a Dona Bibi é uma figura, doida por dindin kkkk, pedimos e ela providenciou um jantar pra gente, arroz, feijão, carne em pedaços frita e salada de alface e tomate, o famoso “comercial”.
Pelo que é oferecido é caro R$ 120,00 o quarto, ela fez R$ 40,00 por pessoa, a refeição é R$ 15,00 por pessoa independente do que tem para comer, tudo bem que parecíamos um bando de gafanhotos kkkkkk.

18/07/2008
Saímos do hotel e fomos às compras, mercado, água, combustível, artesanato de capim dourado.
Conseguimos sair da cidade por volta das 10:30hs, seguimos para a Cachoeira do Formiga com orientação de procurar o Camping do Vicente.
Chegamos a Cachoeira do Formiga e que maravilha, linda, mas antes de fechar fomos averiguar o camping que Dona Bibi indicou. O local é bonito também, ao fundo passa o Rio Formiga, correndo por cima de areias branquinhas o que nos faz ver até as raízes do mato em suas margens, mas tem muita “mutuca”, dá até tristeza, ficamos nos estapeando o tempo todo.
Voltamos e nos instalamos no Camping da Cachoeira do Formiga. Armamos barracas, fizemos um rango e fomos brincar nas lindas águas da Cachoeira kkkk.
À noite enquanto papeávamos, um grupo de estudantes da UFTO, foram nos pedir para levá-los até Mumbuca, eles foram deixados lá para fazer pesquisas com campistas (João atendeu-os) e não voltaram para pegá-los às 17:00hs conforme combinaram, já eram mais de 20:00hs e eles estavam preocupados. João com a Hilux e Possato e Prego com o Troller foram levá-los, souberam no caminho que a Toy que os pegaria estava atolada na beira de um rio kms para a frente, o motorista da Toy voltou até Mumbuca à pé para pedir ajuda e estavam voltando para tentar puxá-la (soubemos depois que no dia seguinte tiveram que pedir ajuda de um trator em Mateiros para arrancá-la do atoleiro). João e Possato levaram os estudantes até Mumbuca e voltaram, dormimos bem esta noite.

19/07/2008
Acordamos tomamos nosso café maravilhoso e fomos até Mumbuca, um antigo Quilombo se formou na Comunidade de Mumbuca, casas de barro cobertas com palha de buriti, local sobrevive do artesanato do capim dourado, tem um trabalho muito bonito com as crianças, chama-se Casinha da Árvore, lá as cçs têm reforço escolar, incentivo à leitura, ganharam vários livros e montaram uma biblioteca, fazem pintura, artesanato, e aulas de canto.
Para resgatar as raízes, eles estão seguindo orientação dos mais idosos e estão montando dicionário de línguas e de ervas medicinais utilizados pelos seus antecedentes. Distribui doces e brinquedos que levei justamente para esse fim e fui presenteada com uma canção linda, a recepção dos moradores é maravilhosa.
Quando nada se espera de um povo que parece não se importar com nada, surge uma luzinha fraquinha que ilumina todo um ser, mostrando que enquanto há vida há esperança, muitos seres só precisam que se mostre o caminho, o resto a alegria de viver se encarrega de levar adiante, isso é o que acontece naquela comunidade longe de tudo e de todos.
Fiquei papeando com moradores, com as cçs, com a professora, fizemos compras de artesanato de capim dourado kkk e seguimos para o Fervedouro I (R$ 5,00 por pessoa).
O lugar por si só já é lindo, uma piscina no meio de bananeiras, pequenina aconchegante, fomos informados que só pode entrar 8 pessoas por vez, fui andando naquela água tranqüila e de repente cadê o chão? Ai que coisa, primeiro ruin, depois maravilhosa, não tem como explicar, vc fica batendo os pés, sentindo a areia passar pelas suas pernas e pés, não afunda e nada, vamos andando na areia e de repente some tudo, é só alegria, ficamos um bom tempo ali e decidimos ir no outro fervedouro também.
Mais R$ 5,00 por pessoa, este pertence ao Korubo, uma empresa que faz turismo com um caminhão pelo Jalapão, pode-se reservar os passeios aqui por Sampa.
Este segundo é bem maior, entramos todos juntos e ficamos brincando um tempão.
Disseram que esta época é a mais visitada e em todos os lugares que fomos ficamos bem a vontade, quando tinha mais gente era por pouco tempo e ficamos sós novamente, até o Camping foi só nosso.
Saímos do fervedouro de corpo e alma lavados kkkkk, mas voltamos para a Cachoeira do Formiga brincar mais um pouco naquelas águas maravilhosas.

20/07/2008
Outra noite tranqüila e hora de levantar acampamento, tomamos nosso café e desmontamos tudo, arrumamos os carros e seguimos para Mateiros novamente, avisamos Dona Bibi que dormiríamos ali e seguimos para as Dunas, queríamos ver aquela maravilha mais uma vez e agora durante o dia.
No caminho o Tropeço achou melhor começar a subir a Serra do Espírito Santo enquanto íamos à duna, fomos informados que de trilha e subida da serra são 900 mts, no topo caminha-se mais 3Km até o mirante onde se avista a duna do alto, MARAVILHOSO foi o que nos disseram.
Tropeço e equipe Papaléguas começaram a subida, os outros seguiram para a duna.
Sol das 13:00hs, estaciona-se os carros e faz uma longa caminhada até a duna, sobe aquele monte de areia escaldante e, que maravilha, visual fantástico, lindo, compensa todo aquele esforço, são momentos únicos, ao longe vemos a serra que teríamos que subir na volta, mais uns olhares e voltamos, pegamos os carros e seguimos para o maravilhoso mirante.
Qdo deixamos o Tropeço o caminhão do Korubo estava lá, nos informou que o passeio leva +- 03:00hs entre ir e voltar, já eram 15:00hs, resolvemos nos apressar para tentar descer antes do anoitecer.
Quase sem ar depois de uma hora de subida braba cheguei ao topo, deitei no chão e esperei o coração voltar pro lugar kkkkk, Edu e Marcelo chegaram também, descansaram e seguimos os 3 kms até o mirante.
No caminho encontramos Tropeço e equipe voltando, quase chegando ao mirante, Possato, Tê, e depois Prego e Sandra também voltando. Com muita coragem e vontade fomos até o fim, é bonito, mas não iria se soubesse antes como era kkkkk.
Ficamos um tempo e voltamos com medo do escurecer, do alto vê-se os carros miudinhos lá embaixo, começamos a descida e chegamos por volta das 18:00hs, realmente leva em média 3 horas este passeio.
Voltamos para Mateiros e dormimos na pousada Vereda Tropical.

21/07/2008
8:56 – saímos do hotel
Fizemos compras de artesanato de capim dourado kkkk, abastecemos e seguimos para Dianópolis. Fizemos outro caminho pra voltar e passamos por Garganta, fica na divisa de TO x BA, o lugar é lindo, um cânion gigantesco à beira da estrada, tiramos fotos e seguimos nosso caminho.
Chegamos em Dianópolis por volta das 13:00hs, abastecemos, almoçamos e seguimos para Alto Paraíso de Goiás, queríamos conhecer a Chapada dos Veadeiros, já que estávamos tão perto por que não?
A viagem foi tranqüila e chegamos em Alto Paraíso de Goiás às 20:00hs, nos hospedamos na Pousada Menina Lua, ótimas acomodações, café muito gostoso (R$ 30,00 por pessoa)
No dia seguinte fomos para o Parque já com o guia contratado na pousada, na vila compramos lanches e começamos a trilha no parque às 11:00hs, fizemos uma caminhada segundo o guia, de 15 km debaixo de um sol rachante kkkk, vegetação seca e pobre, sem sombra, kkkk.
Chegamos nos circuitos das águas e bora caminhar pra dar tempo de ver tudo. Guia “mó acelerado” kkkk.

Analisando com calma o lugar também é lindo, existem duas trilhas no parque, fizemos a primeira do cânion num dia e a outra das cachoeiras faríamos no outro dia, mas resolvemos voltar, já havíamos visto bastante cachoeiras, temos o cerrado gravado em nossas memórias e o celular do João começou a cobrá-lo.
Tropeço resolveu passar uns dias em Rio Quente, Possato e Prego continuaram na cidade para ver mais um pouco as maravilhas do lugar, visitaram a Cachoeira dos Couros o Vale da Lua e a trilha das cachoeiras no parque, andaram +- 45 KM a pé, ufa ainda bem que vim embora kkkkkk.

Diversos:
Rodamos 4.658 Km ao todo
Gastamos durante a viagem com alimentação, combustível, pedágios, passeios, lembrancinhas e etc +- R$ 4.000,00 (em 4 pessoas), não achei caro, esperava gastar mais.

Estradas:
Se Sampa a Dianópolis – Asfalto - tudo tranqüilo, até as de pista simples foram bem
De Dianópolis em diante estradas de terra, na maioria tranqüila nada de extraordinário, a poeira realmente é forte, um talco, nem dá pra ficar fora do veículo pra filmar/fotografar, tem-se que dar uma distancia bem longa um do outro pra esperar a poeira baixar e conseguir enxergar a estrada.
Para visitar os pontos turísticos saímos da estrada e os caminhos são todos em areia fofa precisa de 4x4, praticamente todos teêm abortos pois a areia faz facões fundos e realmente fica difícil pilotar ainda mais quando se está a Kms de casa no meio do nada, todo cuidado é pouco.
A estrada de Ponte Alta até Mateiros é terrível, costelas o tempo todo e em vários pontos uns tancões de areia aparecem no meio da estrada, não é aconselhável correr pode-se perder o controle da viatura facilmente.

Hotéis:
Na maioria não são ruins, são é com poucas acomodações, como viajamos em grupo chega um ponto que um quarto é melhor que outro e não dá pra satisfazer todo mundo, mas aparentemente não tivemos problemas.

Camping:
Dormimos em barracas 3 noites, 1 na prainha da Cachoeira da Velha e 2 na Cachoeira do Formiga, em ambos os casos nosso banheiro foi a mata. Muitos borrachudos e não adiantam os repelentes, criança alérgica é até perigoso.
Nos saímos muito bem com a alimentação, fomos bem preparados e sobrou muita comida, parte dela distribuímos pelo caminho.

Pontos visitados:
As cachoeiras Fumaça, Soninho, Lageado, Velha, Formiga são lindas, águas maravilhosas.

Gruta Sussuapara – linda.

Pedra furada – achei muito longe e sem muito atrativo, chega olha e vai embora, não
aconselho.

Lagoa Azul – uma lagoa bonita, mas nada pra fazer.

Fervedouro – maravilhoso, único, um paraíso.

Duna – Linda, uma única duna bem alta, areia grossa e vermelha, realmente bonito de ver, porém esperava mais.

Serra do Espírito Santo – uma caminhada e tanto, 900 mts de subida íngrime, 3 km até o mirante, quase 8 km ida e volta,não tem sombra, tem que ser na sola e embaixo do sol escaldante, o mirante é bonito, mas depois do sofrimento kkkk sou suspeita pra falar.

Dianópolis – cidade tranqüila igual a todas outras sem novidades.

Rio da Conceição – o cemitério é na praça de entrada kkkk, muito louco chegar e deparar com 3 túmulos logo na chegada, estão construindo um cemitério novo, também na entrada da cidade kkk.

Ponte Alta – cidade sossegada, tranqüila, por ter o rio como atrativo em época de férias são esperados muitos turistas que ficam as margens do rio na prainha aproveitando as maravilhas do lugar (?) kkk. Haviam barracas montadas na praia, acontecem shows aos finais de semana.

Natividade – chegando à cidade deparamos com a parte nova, casas normais, hotéis, mercados e afins, seguindo a rua principal, acho que só tem uma kkk, chegamos na parte alta, velha onde tem a ruína da igreja. Os casarios foram tombados patrimônio histórico. O vento corre dia e noite, disseram que à tarde é pior, nos corredores do hotel ouve-se o uivo do vento.
Resumindo, não tem nada pra ver kkkk.

Mateiros – a exemplo de Natividade não tem nada pra ver/fazer, as ruas são de terra, tem vários hotéis, alguns mercadinhos, mas o que falta mesmo é alimento, tudo vem de longe e qdo acaba fica sem até o outro transporte, foi o caso da carne, acabou na cidade e não tem o que fazer, Dona Bibi disse que só chegaria na terça ou quarta-feira (nos informou no domingo). O preço também é bem alto comparado com outros lugares, mas não achei nada exorbitante.

Mumbuca – vilarejo formado por algumas casas de barro e cobertas com palha de buriti, aparentemente todos moradores são parentes, muitas crianças, as mulheres sustentam a família com artesanato de capim dourado, os homens (?), ah, eles fazem filhos. Para variar tem uma igreja evangélica, construída de tijolos, rebocada, com telhas e muito bem pintada, as mulheres devem também sustentar a igreja.

Não há plantação de nada, a terra é ruim, o clima é muito quente, o povo é bem devagar, segundo Dona Bibi são muito preguiçosos, ninguém quer trabalhar.

Nas cidades percebemos pobreza, mas não miséria, mas no sertaosão dá um nó na garganta ver as crianças nuas, sujas, magrinhas brincando com sabugos de milho, numa casa tinham 6 crianças, acho que 1 nascimento por ano, uma escadinha, vê-se de longe a falta de tudo, mas não tem muitos casos à beira da estrada, dá até medo pensar nos que estão mais afastados, se é que há.

Em várias cidades que passamos vimos o trabalho do governo na construção de casas populares no intuito de acabar com o bicho barbeiro que causa a doença de chagas.

Não há muita fauna, vimos muitos gaviões, lagartinhos bem pequeninos, uma coruja na toca, até rimos muito, todos que passavam fotografavam-na e ela lá parada parecia empalhada kkkk, vimos um bando de macacos cruzando a estrada, mas não consegui fazer nenhuma foto, ah tem muito gafanhoto sarado kkkk, gigantes pra falar a verdade, em vários trechos eles apareceram, uma arara na pedra furada e uma siriema cruzou a estrada.
No camping da cachoeira do formiga eles criam 2 papagaios, mas rodando pelas estradas nem pássaros nós vemos.

Flora, o cerrado é muito triste de ver, árvores pequenas, retorcidas, secas e espinhentas, mas tem uma variedade enorme de flores, no meio da mata queimada sai um lindo botão de flor, várias cores e formatos, as sempre vivas aparecem em todo canto, bouquets brancos e maravilhosos no meio do nada. Não é época do capim dourado, então só o conhecemos no artesanato, mas disseram que de setembro em diante eles se espalham pelas veredas trazendo felicidade à todos que dependem dele pra sobreviver.

Um sonho realizado, uma missão cumprida e muita história pra contar.

Fotos.: http://picasaweb.google.com.br/marciacolevati/ExpediOJalapO2008
De Expedição Jalapão 2008.


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Márcia Colevati
“Não há luar, oh gente oh não como este do sertão”